Quebrando a rotina
"A gente não se liberta de um hábito atirando-o pela janela: é preciso fazê-lo descer a escada, degrau por degrau.” – Mark Twain
Todos nós, uma vez ou outra, nos encontramos acorrentados à rotina. Por mais que tentemos fazer o contrário, repetimos os mesmos atos, realizamos as mesmas tarefas, encontramos as mesmas pessoas. E assim, a vida, que uma vez nos pareceu tão rica em possibilidades, nos parece uma repetição de um número limitado de situações. A questão é: há a possibilidade de sair da rotina?
Primeiro, teríamos que encontrar alguém, no mundo, que não fosse carregado por ela. Alguém para quem todas as experiências fossem novas, diferentes, cheias de oportunidades para serem exploradas. Alguém que nunca se entediasse com o mundo ao seu redor, que visse as coisas com outros olhos. Alguém como uma criança.
As crianças têm essa predisposição à vida. Para elas, tudo é novo e, assim, têm energia e alegria de sobra para aprender, vivenciar, desfrutar. Cada nascer do dia é diferente, cada pessoa é diferente, cada atividade é diferente. Não há vida mais desprovida de rotina do que essa.
O problema é que, à medida em que vamos crescendo, perdemos esse olhar puro das coisas e tendemos a classificá-las, encaixá-las em nossos padrões. Achamos que sabemos de tudo. E assim, por saber de tudo, nada é novo. O fato é que ainda não sabemos de tudo. Não nos relacionamos com as coisas do modo que gostaríamos; caso contrário, estaríamos plenamente realizados.
Quebremos a rotina, então! Que possamos dar novas oportunidades àquilo que ainda não integramos, que não conseguimos desenvolver laços. Que vejamos cada fato da vida como um ensinamento que a própria vida tem a nos passar. Que sejamos um pouco mais puros como uma criança.